Durante a história do Cristianismo, sempre se ensinou que o apóstolo Paulo condena a homossexualidade em suas cartas. Mas o conhecido criptógrafo Michael Wood afirma ter removido um grande obstáculo para a aceitação plena de gays e lésbicas por parte da igreja. Em seu novo livro, Woods conseguiria provar que a prática homossexual, na opinião dos primeiros cristãos, não impediria ninguém de entrar no céu. Ele explica sua pesquisa e sua motivação:
“Como criptógrafo, adoro enigmas insolúveis. Já resolvi uma série de enigmas não resolvidos em diversos campos: na criptografia (decifrando códigos considerados inquebráveis), na segurança de dados (construindo um sistema de inteligência artificial que decifra códigos específicos); em neurologia (elaborando um sistema que monitora a atividade do sistema nervoso em tempo real), etc... Por isso, é natural que eu aplique a mesma disciplina aos textos bíblicos, algo que eu estava profundamente familiarizado. Cresci em um lar cristão evangélico e meu pai era pastor. Sempre amei a Bíblia. Cheguei até a memorizar a carta de Paulo aos Romanos, palavra por palavra. Eu conhecia intimamente o que é chamado de “Paradoxo de Rm 1.18-3.20. Alguns anos atrás, resolvi esse paradoxo. Acredito que descobri uma explicação que explica cada frase da passagem. Publiquei a solução em meu livro The Jesus Secret. Minhas descobertas serviram de base para um trabalho mais aprofundado, Breaking the Romans Code... Agora dediquei mais tempo para que não reste nenhuma dúvida, por isso publiquei Paul on Homosexuality”.
Michael Wood, o polêmico criptógrafo
“A descoberta de Michael Wood é notável porque resolve um paradoxo colossal em relação ao texto grego de Paulo, que tem confundido estudiosos por 2000 anos”, diz o Dr. William Berg, que lecionou grego clássico na Universidade de Stanford. A única referência inequívoca de Paulo sobre a homossexualidade é encontrada em Rm 1.18-3.20, uma passagem que tem dividido estudiosos em vários aspectos. “A interpretação de Rm 1.18-3.20 tem sido reconhecidamente difícil para quase todos os comentaristas”, admite Richard Longenecker, estudioso do Novo Testamento e professor do Wheaton College. Ele escreve em seu livro Studies in Paul: “Os primeiros intérpretes, como Orígenes, Jerônimo, Agostinho e Erasmo, se debateram com esta questão e ela continua atormentando comentaristas hoje”.
O motivo para isso é que a passagem está repleta de paradoxos. Ela afirma ao mesmo tempo “serão justificados os que praticam a lei” e “pelas obras da lei nenhum homem será justificado”. A passagem também misteriosamente separa idólatras, orgias homossexuais de transgressões dignas de morte espiritual. “Ao encontrar a solução definitiva para o paradoxo legal de Paulo, sem querer descobri por que ele separou os idólatras e os que participam de relações com pessoas do mesmo sexo das coisas que ele considerava dignas de morte espiritual”, explica Wood.
Dr. Berg passou vários meses examinando a base linguística e histórica do que ele descreve como uma descoberta “notável”. Michael Wood revela aos olhos do público um segredo que parecia bem guardado, ou seja, que o apóstolo Paulo, como seus contemporâneos, divide os comandos da lei judaica em dois grupos, demarcados por Lv 19.18: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Todos os mandamentos baseados no amor ao próximo eram “justiças da Torá”. Aqueles que não estão baseados em Lv 19.18 eram “obras da Torá”, explicou o Dr. Berg.
A “solução” de Woods baseia-se no contraste de Rm 2.13-26, onde se ensina que somente os que cumprem as “justiças da Torá” serão justificado diante de Deus. Ao mesmo tempo, Rm 3.20 diz: “ninguém será justificado pelas obras da Torá”. Não há, assim, qualquer contradição, pois os dois ensinamentos seriam então simples reformulações um do outro, o “grande paradoxo” de fato não existe!
Esta “solução” explicaria a maneira que Paulo trata a homossexualidade. Na passagem em questão, Paulo exclui a idolatria e as relações homossexuais da lista de coisas que ele considera dignas de morte espiritual, tais como as pessoas serem “difamadoras”, “caluniadoras” ou “cheias de dolo”.
Assim sendo, Michael Wood defende que as pessoas envolvidas em idolatria e relações homossexuais não estavam violando as “justiças da Torá”. (Não iam contra o preceito “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”) Portanto, Paulo foi obrigado a separar estes da sua lista de coisas que viola as justiças.
A teoria de Woods insiste que Paulo separou propositalmente os atos de pessoas envolvidas em relações com o mesmo sexo. Seria uma decisão consciente e deliberada, consistente com o restante da passagem. De fato, é exigido pelo resto da passagem.
Mesmo indo contra as versões mais modernas de traduções para o texto bíblico, “Michael Wood tem caminhado a segunda milha para ser fiel ao grego de Paulo”, insiste Berg. “Ele mostra que as palavras historicamente mal traduzidas como ‘homossexuais’, ‘efeminados’, ‘impuros’, e assim por diante, são realmente pessoas ‘egoístas’, ‘injustas’ e ‘sem amor’. Nada teriam a ver com a orientação sexual. Paulo estava condenando aqueles que violam as justiças da Torá, e nada além disso”.
Todos os detalhes sobre a “solução” de Michael Wood para a plena aceitação de gays e lésbicas são discutidas em seu novo livro, “Paulo e a Homossexualidade” que foi lançado nos Estados Unidos em Dezembro. Mais informações estão disponíveis em PaulOnHomosexuality.com.
Fonte Gospel Prime
Tá bom Wood... Senta lá.
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