No último post, coloquei as informações sobre a reunião de diversos presbiterianos em Orlando, na Flórida, onde, insatisfeitos com os rumos tomados pela PCUSA, especialmente no tocante a ordenação de pastores e pastoras gays e lésbicas, resolveram criar o que, inevitavelmente se tornará uma nova denominação presbiteriana - a ECO - “The Evangelical Covenant Order of Presbyterians” (“A Ordem Pactual Evangélica de Presbiterianos”).
Pastor e pastora na reunião da ECO
Esta "ordem" postula as doutrinas reformadas e afirma uma postura missional, buscando uma maior contextualização com as necessidades do mundo moderno. O Rev. Dr. Augustus Nicodemus postou no blog "O Tempora, O Mores", as principais resoluções da ECO:
- Identidade moldada por Jesus (em que a questão essencial é se a pessoa é realmente um discípulo de Jesus);
- Integridade bíblica (em que a questão essencial é saber se as Escrituras, única Palavra de Deus e que tem autoridade absoluta, realmente define a nossa identidade);
- Teologia Reflexiva (em que a educação teológica reformada é estimada);
- Comunidade responsável (em que as igrejas são comunidades onde a orientação é realmente uma experiência corporativa espiritual);
- Ministério igualitário (em que os dons espirituais de ambos os sexos e de todos os grupos raciais e étnicos são “desencadeados”);
- Centralidade missional (em que a Igreja “vive” a toda a Grande Comissão, "incluindo a evangelização, formação espiritual, compaixão e justiça redentora”);
- Espiritualidade focada no centro (em que a Igreja chama as pessoas para o núcleo do que significa seguir a Jesus e “não se fixa sobre os limites”);
- Liderança rápida (em que a Igreja identifica e desenvolve os líderes que são dispostos a assumir riscos, inovadores e orgânicos);
- Vitalidade do Reino (pelo qual a igreja reproduz ativamente comunidades missionais).
Ideologia da ECO
Minha preocupação com a ECO é a mesma que o Dr. Augustus também levanta em seu post: A aceitação plena do ministério feminino. Foi exatamente a abertura para a ordenação feminina nos anos 60 que abriu as portas para que hoje, a PCUSA passasse também a aceitar a ordenação de homossexuais, já que os argumentos são os mesmos para ambas as decisões - a relativização das Escrituras e o questionamento de sua inspiração plenária.
Desde que o liberalismo teológico passou a dominar o ensino teológico nos seminários da PCUSA (como o Princeton Theological Seminary, por exemplo) antes da metade do século passado, o conceito da inspiração e inerrância das Escrituras fora deixado de lado, dando lugar ao método crítico de interpretação, o padrão bíblico da denominação foi abaixo, resultando numa igreja apóstata e que a cada ano vê milhares de membros migrando para outras denominações.
Logo da PCUSA
O ensino teológico liberal levou a PCUSA a questionar a historicidade de relatos bíblicos como os primeiros capítulos de Gênesis, a passagem do povo pelo Mar Vermelho, o nascimento virginal de Jesus Cristo, bem como Seus milagres e suas ressurreição corpórea. Além disso, diversos ensinos são questionados e tidos por irrelevantes para o homem moderno por causa de um suposto vezo cultural em que os autores bíblicos como Paulo estavam presos. Assim, as Escrituras deveriam ser lidas e entendidas sob os moldes da cultura moderna e não sob a perspectiva exegética conservadora.
Espero que a ECO se consolide como uma forte denominação presbiteriana - bíblica, teologicamente firmada nos princípios reformados, contemporânea e missional. Mas espero também que sua liderança reveja este ponto e, mesmo com as eventuais murmurações, assuma de vez um compromisso de fidelidade com o Senhor e com a Sua Palavra.
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