sexta-feira, 9 de março de 2012

Igrejas da Inglaterra decidem “reescrever” os 10 mandamentos


As principais regras religiosas de judeus e cristãos foram gravadas em tábuas de pedra por Deus e dadas a Moisés e posteriormente traduzidas para centenas de línguas ao redor do mundo. Porém, para um grupo de mais de 600 igrejas na Grã-Bretanha, elas precisavam ser reescritas, usando uma linguagem e princípios “mais modernos”.

Os “novos 10 mandamentos” foram criados pelo conhecido pastor evangélico inglês J John, e estão sendo elogiados por líderes religiosos por conseguirem se traduzir em “conselhos práticos para congregações modernas”.

Usando uma linguagem simples e curta, intercaladas com gírias, às novas regras foram lançadas em um DVD chamado “Apenas10 para as igrejas”, que visa oferecer orientação aos interessados. O kit com três DVDs e um livreto custa 30 libras. Além de explicar porque mudar as palavras, o material traz uma série de vídeos com pequenos sermões pregados por J John sobre cada um dos mandamentos. Existem diferentes versões do material, incluindo uma para crianças. Elas podem ser adquiridas pelo site http://just10.org.

Pr. J John, criador do Just 10

O pastor J John alega que sua versão dos mandamentos permite que “todas as pessoas consigam entender os princípios eternos de Deus sobre como devemos viver”. Ele disse que sua inspiração para escrevê-los foram os distúrbios que ocorreram em várias partes do mundo no ano passado, que geraram um questionamento sobre a maneira como vivemos.

Os novos mandamentos incluem “conheça a Deus” (), “pare para respirar fundo” () e “controle sua raiva” (). O original “Não furtarás” () tornou-se “prospere com a consciência limpa”, e o longo “não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” () ficou apenas “leve Deus a sério”.

O décimo mandamento, por exemplo, transformou “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” em apenas duas palavras “encontre contentamento”“Não adulterarás” (7°) agora é “tenha relacionamentos fiéis”, e "Honra teu pai e tua mãe” () foi substituído para “viva em paz com os seus pais”Ao invés de proibir “imagens”, o pedido é “leve Deus a sério” () e no lugar de coibir o “falso testemunho”, agora é “fale sempre a verdade” ().

Kits do Just 10 vendidos a 30 Libras.

O Rev. Paul Roberts, 54, da igreja São João Evangelista, fundada em 1210, está entre aqueles que aprovam os novos mandamentos. Ele acredita que “Basicamente, é uma forma de apresentar os Dez Mandamentos e ajudar as pessoas a se conectar com eles de uma forma positiva. Ao invés de vê-los apenas como uma lista de proibições, possam entender que se destinam a ajudar as pessoas a viver como Deus planejou. É algo para o nosso bem”.

Wayne Dulson, 40, ministro da Igreja Batista de Loughton, afirmou: “As pessoas realmente compreenderão os Dez Mandamentos de uma maneira nova. As pessoas passarão a ver estes mandamentos não como um conjunto de regras, mas como um modelo para vivermos de modo que possamos experimentar o melhor de Deus para nossas vidas. As pessoas ficam me dizendo como o ‘Apenas10’ os fez pensar muito mais sobre como eles vivem suas vidas e o quanto eles aprenderam agora sobre os mandamentos, descobrindo coisas que nunca pensaram antes”.

Steve Jenkins, porta-voz da Igreja da Inglaterra, disse apoiar novas formas de comunicação e acrescentou: “a fé precisa ser ensinada de novo a cada geração”.

Fonte: Gospel Prime, traduzido e adaptado de Telegraph e UPI
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Não gostei! Não sou fechado para novidades, mas no tocante a alterações no conteúdo das Escrituras, com a falaciosa argumentação de que será mais fácil comunicar a Palavra nos tempos pós-modernos, me parece muito pós-moderno. E aqui não adianta dizer que é contextualização, porque não é. É alteração mesmo! Isso deprecia as escrituras e diminui, e muito, seu conteúdo teológico e didático.

Acredito que em dias difíceis como os nossos, onde as pessoas não mais suportam a sã doutrina, é preciso continuar ensinando as Escrituras, insistindo em sua veracidade e contemporaneidade. Mesmo que as abordagens sejam modernizadas e contextualizadas, o conteúdo da mensagem não pode ser alterado.

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