terça-feira, 2 de outubro de 2012

Alma de mártir



Senhor, se em chamas ardentes
Quiserem me colocar,
Irei confiante, de alma triunfante,
Pois sei que comigo estás.

Se os chicotes da vida quiserem me açoitar,
Verei os vergões nas costas a ficarem.
Se os meus pés em grilhões não pararem de sangrar,
Ainda assim à meia noite eu irei Te louvar.

Continuarei o meu rumo
Visando o teu rosto.
Ainda que em cova profunda
Encontre leões ferozes, atrozes e sôfregos.

E na caminhada ao céu
Seguirei Tua luz,
Pois um dia vi Teu semblante agonizante
Entre os braços da cruz.

Por isso Senhor
As pedras que me atinjam,
Mas Teu amor não negarei;

Mesmo morrendo,
Mas com gozo na alma
Um mártir serei.

Recebe Senhor o meu espírito
E não lhes impute o pecado.
Tenha-me em Teu Reino
Como um bem aventurado.

Entrego-te a minha vida,
Pois é ela o meu tudo.
Meu espírito Te reverencia:
"Ave Christe, moritura te saluto*"

* Isto é: “Salve, ó Cristo, morrendo te saúdo”. Costumavam os gladiadores pagãos, agonizantes, lançar ao ar um punhado de sangue e saudar o imperador, bradando: “Ave, Caesar, moriturus te saluta!” (Salve, César, quem está a morrer te saúda!). Refere a história que alguns mártires cristãos saudavam a Jesus Cristo com palavras idênticas quando por ele morriam.


Fonte: Webnode

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