terça-feira, 17 de abril de 2012

Igrejas Evangélicas perdem 6 milhões de fiéis em 5 anos


Em seis anos, de 2003 a 2009, cinco milhões de evangélicos deixaram de ter vínculo com igreja. De 4%, esses evangélicos aumentaram para 14%  em relação ao total dos crentes das diversas denominações — um salto e tanto. O levantamento, ainda preliminar, é da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), do IBGE. Ele foi feito com base em 56 mil entrevistas.

A antropóloga Regina Novaes disse que esses “evangélicos genéricos” assemelham-se aos católicos não praticantes. “Eles usufruem de rituais de serviços religiosos, mas se sentem livres para ir e vir (de uma igreja para outra)”, disse ela à Folha de S.Paulo.

O jogador Kaká (foto) e a sua mulher Carol (foto) são exemplos desse tipo de evangélicos. Nesse caso, eles não frequentam nenhuma igreja desde que saíram da Renascer ao final de 2010. Carol, que chegou a ser ungida como pastora, tem dito que não precisa de igreja porque Jesus está dentro dela. “Por enquanto, não tenho sentido falta de rituais”, disse em recente entrevista.

Mas há casos de evangélicos que frequentam templo de sua crença e igreja católica, como Verônica de Oliveira, 31. "Não sei explicar direito. Acho que Deus é um só."

O pesquisador Ricardo Mariano, da PUC-RS, recorreu a uma expressão criada pela socióloga britânica Grace Davie para explicar o fenômeno dos evangélicos sem pastor: believing without belonging (crer sem pertencer). Ele disse que o fenômeno pode não ter sido tão intenso como a pesquisa mostra e vai esperar a divulgação dos dados definitivos que farão parte do Censo de 2010.

O certo, segundo Mariano, é que há uma tendência de as pessoas buscaram uma autonomia em relação a igrejas que defendem valores extemporâneos e pagamento de dízimo, entre outros custos. Ela chama esse comportamento de “desinstitucionalização”, que tem a ver com um individualismo cada vez mais forte.

O demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, do IBGE, entende que esses evangélicos fazem parte de um contexto maior, o da democratização religiosa. Por esse processo, quem mais perde, no Brasil, é a Igreja Católica, que ainda é hegemônica. Ele afirmou que vai se manter o crescimento dos evangélicos porque eles fazem parte de um extrato da população que tem maior fecundidade.

Pela POF, as pessoas que se declaram “sem religião” (ateus, agnósticos e aqueles que creem em um pouco de várias crenças) aumentaram de 5,1% para 6,7%.

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Tenso isso. Infelizmente essa realidade tem acontecido, muito em função dos falsos líderes e falsas doutrinas. As pessoas acabam sendo iludidas e, quando caem em si, se vem completamente desgostosas com a Igreja institucional. a despeito das recentes críticas, a Igreja institucional é importante para o indivíduo. Nela há relacionamentos, há o compartilhar de alegrias e tristezas, há a pregação da Palavra de Deus, há comunhão, há participação dos meios de graça, etc.

Os chamados "desigrejados" afirmam que se decepcionaram com a instituição porque nelas encontraram farisaísmo e hipocrisia. Infelizmente, onde estiver a presença humana, ali estará também a imperfeição e o pecado. No entanto, a Igreja ainda é "coluna e baluarte da verdade" (1Tm 3.15). 

Nós líderes devemos nos alarmar com tal estatística e, ao mesmo tempo, procurar fazer algo para mudá-la. E aos "desigrejados", um alerta: Ovelha fora do aprisco é presa fácil para os lobos.

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