Estamos no mês de junho e, é muito comum, nessa época do ano, a realização de diversas festas religiosas em homenagem aos "santos" venerados no catolicismo romano. A realização de festas alusivas à vida rural é uma tradição brasileira e, atrai um grande número de pessoas, inclusive, cristãos evangélicos.
Em meio a isto, surge a pergunta: Um
cristão protestante pode participar de festas juninas? Biblicamente não há nenhum
respaldo para participação de um crente em tais festas, uma vez que elas
remetem tanto à idolatria quanto a ambientes onde o uso de substâncias ilícitas
é um dos seus carros chefes.
A Bíblia
não prescreve nenhuma festa ligada aos profetas ou apóstolos, muito menos a nenhum
ser humano canonizado pela Igreja. Em toda Escritura, não há espaço para a crença em santos mediadores e, muito menos, para a organização de festas em homenagens aos tais.
Segundo as Escrituras “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”
(1Tm 2.5). Essa é a posição
defendida pela maioria dos evangélicos conservadores e tradicionais.
Aqui é
recomendável lembrar as palavras do apóstolo Paulo: Portanto,
meus amados, fugi da idolatria. Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o
que digo. Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do
corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só
corpo. Considerai o Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se
alimentam dos sacrifícios são participantes do altar? Que digo, pois? Que o
sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor?
Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e
não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis
beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes
da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou provocaremos zelos no Senhor?
Somos, acaso, mais fortes do que ele? (1Co 10.14-22).
Um dos
fatos a destacar é que, no texto em questão, Paulo trata da participação dos
cristãos em refeições realizadas em meio a rituais pagãos. Sua convicção é que
a idolatria produz uma ligação espiritual, um vínculo com os demônios. Para o
apóstolo, o problema não era que os crentes se sujeitavam a algum tipo de
opressão demoníaca quando comiam coisas ligadas aos ídolos, mas que, ao fazerem
isso, depreciavam sua comunhão com Deus, na Santa Ceia, ou seja, agiam de modo
inconsistente com a aliança, e, deste modo, provocavam o “zelo” do Senhor (1Co
10.18-22).
Isso pode
ser transposto à questão das festas juninas por meio dos seguintes argumentos:
1.
A veneração aos santos da ICAR, por ferir as recomendação de Ex 20.3-6 e 1Tm 2.5, é idolatria.
2.
As festas juninas, são ligadas à veneração aos "santos" romanistas, portanto, são
idólatras.
3.
O cristão, de acordo com 2Co
10.14, deve fugir da idolatria.
4.
Assim sendo, o cristão deve fugir das festas juninas.
Os pais crentes devem impedir que seus filhos
participem dos festejos juninos de sua escola, explicando-os as razões pelas
quais ela não participará da festa. É mais instrutivo, bíblico e edificante. Pensemos
primeiramente nos valores do Reino de Deus, e não nos nossos próprios (1Co 10.24).
Deixo claro aqui que, não sou contra comer bolo de milho, canjica, ou
pé-de-moleque. Gosto de batata-doce assada na brasa e me delicio com um bom
curau e uma música caipira de raiz. Deus deixou coisas boas para nos alegrarmos nesta vida. Desfrutemos dessas coisas, porém, fora do contexto de festas caipiras nos meses de
junho e julho. Não porque tais iguarias sejam pecaminosas em si, mas para
evitar associações indesejáveis e causarmos confusão e escândalo.
Somos livres para participar de festas juninas?
Não. A liberdade que Cristo nos deu não significa que podemos pecar deliberadamente. Ao participarmos de tais festas, nos ligamos em idolatria e negamos aquilo que o Senhor nos tornou: Povo de propriedade exclusiva dEle (1Pe 2.9).
O ideal para todo cristão é que ele fortaleça sua identidade cristã, bíblica e protestante, desvinculando-se de qualquer aparência do mal (1Ts 5.22).
Nem festa junina, nem 'rock and roll'. A primeira, pelo sentido idolátrico romanista. E a segunda pelo significado de libertinagem peculiar à expressão inglesa.
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