A Justiça Eleitoral condenou o pastor evangélico Caio Fábio D'Araújo Filho a 4 anos de prisão por seu envolvimento no chamado "dossiê Cayman", informa reportagem deJosé Ernesto Credencio, publicada naFolhadesta 3a feira (aíntegraestá disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita aFolha). O conjunto de papéis comprovadamente falso surgiu como tentativa de incriminar a cúpula do PSDB na campanha de 1998.
Caio Fábio, o único condenado pelo episódio até agora, foi considerado responsável por elaborar e divulgar o dossiê, incorrendo em crime de calúnia, agravado por ter envolvido o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Ele pode recorrer. A sentença, da juíza de primeira instância Léa Maria Barreiros Duarte, é baseada em uma investigação da qual participou também o FBI, a polícia federal norte-americana.
Outro lado
O pastor nega participação na elaboração e na divulgação do dossiê. "Tenho a consciência absolutamente tranquila. Não estou nem um pouco preocupado com isso". Ele afirmou que os papéis apenas passaram por suas mãos. "Nunca vou mudar minha versão. Não tenho nada mais a falar do caso". Seu advogado, Edi Varela, disse que entrou com recurso e nega crime eleitoral. "Esse assunto só surgiu depois das eleições, não entrou na campanha, ninguém usou".
Sinceramente, eu não sei se o Caio é inocente ou culpado. Sei que ele sempre se envolveu com esses poderosos em seu auge como o pastor mais popular do Brasil. Acredito que muitos se aproximaram dele a fim de ganhar a simpatia (e votos) dos evangélicos. Um conhecido dito afirma que "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco". Bem, talvez (veja bem: talvez...) a premissa seja aplicada à este caso e Caio esteja pagando o preço sozinho, mais uma vez.
Agora veja só: Já que o dossiê teria o envolvimento de políticos da oposição ao PSDB, por que somente o pastor foi condenado? Eu creio que Caio Fábio errou, e muito, em se associar demasiadamente à figuras políticas e, consequentemente, confiar nelas. Foi exatamente nesta época que aconteceu a sua queda: Seu adultério, divórcio, a perda do prestígio, o fechamento de suas entidades, etc. Portanto, esse dossiê é apenas mais um escândalo envolvendo o seu nome.
Sinceramente, eu espero que Caio Fábio, de fato, nada tenha a ver com toda essa história. Ele sempre foi um dos meus referenciais; suas mensagens me emocionavam (e o fazem até hoje), seus livros eram devorados por mim. Por isso, quando aconteceu a sua queda eu quase não acreditei. Na época eu era um novo convertido e, como tal, fiquei muito abatido com a queda daquele que era, para mim, um pregador perfeito. Quanta ingenuidade! O meu erro e, acredito que também de muitos, foi se esquecer que Caio Fábio, apesar de tudo, é só um homem; um homem falho e carente da graça divina como todos nós.
Acredito que, apesar de algumas mudanças em seu pensamento teológico e um certo tom de amargura em algumas de suas palavras, Caio Fábio continua sendo uma voz profética que não deve ser calada. Creio na Palavra que diz: "porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm 11.29). Logo, a graça concedida à ele para pregar, continua lá. Foi Deus que o deu e Ele assim o fez para que Caio fosse uma benção para o povo de Deus.
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