De acordo com a pesquisa, os menos religiosos baseiam o sentimento de generosidade
na ligação emocional que estabelecem com os outros. Os religiosos, por outro
lado, são mais ligados à doutrina e às relações de reputação e identidade com a
comunidade (Hemera/ThinkStock).
“A pesquisa sugere que embora pessoas menos
religiosas tendam a ser menos confiáveis nos Estados Unidos, quando sentem
compaixão, elas podem estar mais abertas a ajudar estranhos do que pessoas mais
religiosas”. Robb Willer –
psicólogo, Universidade de Berkeley
Crentes
podem não ser tão “bons samaritanos” quanto ateus e agnósticos. É o que sugere
um estudo desenvolvido na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Publicado no periódico Social Psychological and Personality Science, o artigo
afirma que pessoas menos religiosas tendem a ser mais sensíveis às necessidades
de um estranho.
O
experimento foi realizado em três etapas. Na primeira, os cientistas analisaram
dados de uma enquete americana de 2004 entre 1.300 adultos. A análise mostrou
que as pessoas menos religiosas eram mais caridosas do que os mais crentes.
No
segundo experimento, 101 adultos americanos assistiram a imagens de crianças
muito pobres. Em seguida, os participantes receberam moedas falsas e foram
instruídos a doar uma quantidade qualquer a um estranho. Novamente, os menos
religiosos mostraram-se mais caridosos e doaram valores maiores.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: My
Brother’s Keeper? Compassion Predicts Generosity More Among Less Religious Individuals
Onde foi divulgada:
revista Social Psychological and Personality Science
Quem fez: Lara Saslow, Robb Willer, Dacher Keltner, Matthew Feinberg,
Paul Piff, Katharine Clark, Sarina Saturn
Instituições:
Universidade da Califórnia, Universidade do Colorado, Oregon State University
Dados de amostragem:
1601 adultos
Resultado: Pessoas
menos religiosas tendem a ser mais generosas com estranhos do que as mais
fervorosas.
“As
imagens tiveram um grande efeito na generosidade dos menos crentes”, disse o
psicólogo Robb Willer, da Universidade de Berkley, coautor do estudo. “Mas não
modificou de maneira significativa a generosidade dos participantes mais
religiosos.”
No
último experimento, mais de 200 alunos universitários tinham que dizer quão
compassivos estavam se sentindo no momento. Em seguida, participaram de jogos
em que precisavam decidir se compartilhariam dinheiro com um estranho ou se
guardariam para si.
Em
uma rodada, os jogadores eram informados que haviam recebido doação de outro
participante. Os agraciados tinham liberdade para decidir se recompensariam o
doador devolvendo parte do dinheiro. Aqueles que haviam declarado baixa
religiosidade e alta compaixão estiveram mais propensos a devolver parte do
dinheiro recebido por um estranho do que os outros participantes do estudo.
De
acordo com os autores, os menos religiosos apoiam a generosidade e a caridade
na força da ligação emocional que estabelecem com um estranho. Já os mais
religiosos parecem basear a generosidade menos na emoção e mais na doutrina e
na identificação com a comunidade.
Fonte: Pavablog
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